domingo, 19 de junho de 2016

Como lidar com o cyberbullying na escola?

A prática afeta a aprendizagem, a convivência e o comportamento dos alunos. Por isso, gestores precisam prevenir e saber encaminhar judicialmente os casos extremos

Intimidações, humilhações e diversos tipos de violência entre crianças e adolescentes cada dia mais conectados extrapolam o espaço da escola. Com 77% do total da população brasileira entre 10 e 17 anos navegando pela internet, como aponta o estudo TIC Domicílios 2014, os ambientes virtuais se tornaram territórios para práticas já conhecidas que acontecem nos bastidores das aulas, como o bullying. 

Entre mundo online e offline, 27% das crianças e adolescentes de 9 a 17 anos afirmam já ter vivenciado situações em que alguém agiu de forma ofensiva ou que lhes chateou nos últimos 12 meses. 15% desses casos aconteceram na Internet. Os dados são da pesquisa TIC Kids Online Brasil 2014 e revelam que o bullying virtual acontece principalmente em forma de ameaças e propagação de calúnias.

A necessidade de tratar o tema dentro das escolas foi reforçada pela Lei nº 13.185/15 (também conhecida como Lei Anti-Bullying). Ela institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying) e caracteriza todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo. No campo virtual, depreciar, incitar a violência, adulterar fotos e dados pessoais com o intuito de criar meios de constrangimento psicossocial configuram cyberbullying. Esta lei coloca como dever da instituição de ensino assegurar medidas de conscientização, prevenção, diagnóstico e combate a essa prática. 

Diferente de outros países, o cyberbullying não é categorizado no Brasil como crime digital. Mas a ação sempre está vinculada a algum outro crime já previsto na Constituição. Assim, ofensas podem se configurar como crimes contra a honra (calúnia, difamação e injúria); comentários como “você não merece viver” podem ser considerados instigação ao suicídio e invasão de dispositivos e roubo de dados estão sujeitos à Lei Carolina Dieckmann.
Como prevenir e abordar o tema 
O ideal é evitar a punição dos agressores em outras instâncias que não a escola, privilegiando os mecanismos e instrumentos que promovam o diálogo, a conscientização, a responsabilização e a mudança de comportamento. Para Luciene Tognetta, professora do Departamento de Psicologia da Educação, da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp), e pesquisadora do Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação Moral (GEPEM), o gestor deve estabelecer ações preventivas. Manter espaços democráticos, promover rodas de conversa, palestras e momentos para que os alunos possam participar das decisões, falar sobre problemas que enfrentam no cotidiano escolar e como se sentem, por exemplo, pode ajudar que as crianças se sintam valorizadas e tornar a convivência sadia um valor para elas. “Como uma das características do autor de bullying e cyberbullying é pouco se sensibilizar moralmente pela vítima, isso significa que deve haver espaços validar que valores todos querem na escola”, explica Luciene.

Para evitar a propagação do cyberbullying, é necessário trabalhar o olhar sobre o outro. Filmes, textos, pesquisas e projetos sobre o tema podem gerar discussões em sala e melhorar a percepção e o comprometimento sobre o coletivo. “Quando você faz um trabalho preventivo, abre o espaço para o diálogo e a conscientização”, coloca Ana Paula. “A plateia pode ser omissa, colaboradora, coautora ou pode aprender a ser inibidora dessas ações. Se os alunos são conscientizados, eles sabem se posicionar diante do que não é legal e não deve ser compartilhado e podem dizer aos autores que o material deveria ser retirado do ar”, explica a psicóloga Maria Tereza. 

FONTE: http://gestaoescolar.org.br/comunidade/como-lidar-cyberbullying-escola-955323.shtml?utm_source=tag_gestaoescolar&utm_medium=facebook&utm_campaign=mat%C3%A9ria&utm_content=link
até!

DÉFICIT DE ATENÇÃO

sexta-feira, 17 de junho de 2016

ATENÇÃO!!

ARTIGO

O papel do psicopedagogo em relação ao bullying


Adalgisa Conceição Ferreira da Silva; Alice Maria Figueira Reis da Costa


RESUMO – Nosso interesse pelo bullying partiu inicialmente do destaque desse assunto na mídia, e de como esse problema pode afetar nossa escola. O estudo dessa temática teve como ponto de partida conversas com professores, especialistas, funcionários e depois com pais e comunidade. Por essas discussões que ocorreram em várias redes sociais de diferentes níveis socioeconômicos, de um caso concreto diagnosticado dentro de sala de aula, se fez necessário este estudo direcionado ao processo educacional para que os membros da comunidade escolar estejam atentos a esse vilão que permeia a educação do século XXI e elaborem planos de ação em que valores éticos e políticos tão esquecidos em tempos atuais onde o individualismo impera, contribuem para que a prática do bullying venha a diminuir e até mesmo se extinguir de nossas escolas. 

Fonte: http://www.abpp.com.br/revistas/revista-psicopedagogia-94.pdf